domingo, 12 de junho de 2011

Êxodo rural e o agronegócio

Claudio Palozi*
Nossa região foi colonizada a partir da década de 50, quando chegaram os pioneiros para desbravar as matas e cultivar principalmente a cafeicultura, intercalada com lavouras temporárias, como: feijão, milho, algodão, arroz, etc. Em poucos anos vieram muitas famílias de outras regiões e fixaram residências nas propriedades rurais, onde permaneceram muitos anos trabalhando enraizados na agropecuária, onde formaram suas famílias, se multiplicaram e a população regional aumentou acentuadamente.
Nos últimos vinte anos, a monocultura e as lavouras de café associadas, sofreram grandes impactos provocados pela economia mundial globalizada, emergindo inovações em tecnologias de produção. Isso se deu, por falta de uma política nacional que favorecesse o setor, inviabilizando o cultivo tradicional, cuja mudança de atitudes não foi bem assimilada pelos agricultores.
Os empecilhos trouxeram desânimos aos trabalhadores rurais, milhares de famílias se evadiram para outras localidades, as cidades foram aumentando, vieram às indústrias e diante das dificuldades, os jovens agricultores buscaram preparação educacional maior para sair da “roça”. Hoje, se percebe que os agricultores que resistiram em suas propriedades rurais, são pessoas de faixa etária avançada.
O futuro do agronegócio brasileiro merece expectativa melhor, é importante que os jovens também percebam as reais alternativas que possibilitem resultados positivos através das atividades agropecuárias, sob pena de continuar diariamente, a aumentar o vazio provocado pelo êxodo no campo. Isso acontece pela falta de uma política agrícola sustentável, por não haver incentivo da própria família ou pela atraente opção de conforto perceptível para viver nos centros urbanos. Estudos sobre a sucessão familiar das pessoas que vivem no campo mostram atualmente, muitas incertezas.
O Brasil como celeiro de alimentos e energia limpa e renovável do mundo, precisa, com urgência, melhorar o ensino público em todos os níveis do aprendizado. A implantação de Casas Familiar Rural é uma importante alternativa para despertar aos jovens, a vocação nas atividades agrícolas e pecuárias, já que somente eles poderão exercer a função de futuros produtores de alimento para o país e para o mundo.
Outras importantes alternativas devem ser definidas e anunciadas com brevidade pelas autoridades constituídas. Porque a demora poderá comprometer o futuro das novas gerações do agronegócio e o campo continuará se esvaziando.
* Cláudio Palozi, presidente do CORIPA, prefeito de S. Jorge do Patrocínio – Pr.

Nenhum comentário: