sábado, 12 de junho de 2010

Trópico de Capricórnio

"A linha imaginária que corta nossa querida Maringá é bem mais que imaginação: ela separa dois Paranás. O Paraná ao Norte da Linha, colonizado por paulistas e mineiros, assim como uma gigantesca porcentagem de italianos, dos verões ardidos e abafados, das chuvas que ninguém sabe de onde vêm, do tempo estranho, da baixa altitude, da identidade ainda inexata - mas que é, certamente, caipira, trabalhadora e forte. O Paraná do café, da colonização recente, do orgulho em constante formação, do colono italiano, das belezas infindas. O Paraná do Sul é o Paraná tradicional, o Paraná das altitudes, das geadas, do frio intenso; O Paraná Gaúcho (pois provenientes do estado do Rio Grande do Sul são Rio-Grandenses). O Paraná contestado, mais antigo: O Paraná hermanado com o Cone Sul, do chimarrão (ou mate amargo, como preferirem - que, mesmo irritando nossos irmãos Rio-Grandenses, É Paranaense!), o Paraná da alegria e trabalho dos imigrantes alemães, ucranianos e italianos. NOSSO PARANÁ, de formação recentíssima, da beleza e majestade de nossa capital, do frio de suas serras, da rara lindeza de seu litoral, das matas intocadas de Guaraqueçaba, das nossas Araucárias, é um estado baseado no trabalho e, mesmo que nos envergonhem certos elementos de alma diversa que não merecem ter em sua identidade o gentílico Paranaense, de gente honesta, forte e ordeira. Há vezes em que somos chamados disso ou daquilo - mesmo dentro do estado há diferenças (e muitas delas) e é isso que nos faz mais forte: conseguimos conviver. Piadinhas à parte, aqui vivem, em maioria, brancos euro-descendentes, mas também autóctones, negros, pardos, amarelos e qualquer outra cor que resolva aparecer por aqui, trabalhar e respeitar essa terra conquistada a duras penas com sangue, suor e lágrima". (Thiago JG De Giovanni)

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