sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Estopim

Hoje, nunca se sabe o verdadeiro valor de uma pessoa até o momento em que a perde. O valor que é merecido, a atenção, o reconhecimento, somente será dado quando for tarde demais.
Ninguém, sozinho, é bom o suficiente para fazer a diferença! Independente do que faça, mesmo que você dê sua vida a algo, ninguém se importará com isso tanto quanto você se importa. Não adianta ser a melhor pessoa, sempre haverá alguém que fará as coisas de modo superficial, e que seja mais cômodo. Afinal, mudanças são difíceis.
A humanidade é assim. Não somos mais do que uma peça sem importância. Se um dia nos perdermos, sempre haverá outra peça para substituir. As engrenagens de um motor são todas iguais, assim também somos. Então, que diferença faz se é cobre ou ouro, se no fim vão todos para o mesmo lixo infundado?
Aceitem isso, conformem-se: no fundo, somos inúteis aos outros. E isso não vai mudar. Não importa o que digam. Não importa o que façam. Não importa quem seja ou deixem de ser, pois hoje em dia o humano é esse ser sujo que todos percebem e ignoram bem.
Aqueles que não se encaixam neste perfil são os que não deveriam estar neste lugar, mas por algum motivo ainda estão. Aqueles que, sozinhos, conseguiram modificar o pensamento da maioria e fazer algo com impacto intenso. Quem sabe, alguns deles estejam tentando consertar este mundo.
Estas exceções ainda sofrem, ou sofreram muito até conseguir uma piscada do mundo em sua direção, e ninguém realmente se importa com isso.
Quanto tempo isso tudo tem de durar? Um dia, estas pessoas vão estar onde merecem, assim como o resto estará em seu devido lugar.
Enquanto esse dia não chega para mim, mantenho-me aqui, na dança dos tempos, fazendo minha obrigação e meu dever.
(Matheus De Giovanni - Anjo Misantropo, p. 46)

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