domingo, 28 de setembro de 2008

Guaraçaí

Se não fosse engenheiro e sim caipira diria: “Ai, saudade que dói dulurida!”. Ah, sábio caipira! Se não dulurida, a saudade dói, amarga... eterna, como as lembranças. Cidade que nasci! Que de pés descalços andei, Guaraçaí.. que em tantos sonhos retornei. Rima pobre, sentimento rico! De ter no fundo d’alma o semblante do professor a me exigir melhor empenho... dos amigos, a arquitetar outra grande “tarefa” ... dos badalos da Matriz, a indicar a hora de irmos dormir. Ah! Saudade de meu pai! Hoje, nome de rua; minha avenida, meu caminho... meu atalho para o sucesso, para o futuro. Ah! Saudade de minha mãe! Doce velhinha de coração frágil; minha fortaleza, minha juventude... meu marca-passo do doce-viver, do presente. Ah! Saudade de minha terra! Hoje, algumas tantas ruas; minha metrópole, minha arena... meu circo de minhas traquinagens, de meu passado. Éramos felizes! Tantas histórias, tantos relatos, que os olhares inocentes de meus filhos juram serem canções de ninar... canções de sonhar... sonhos de cantar. Quisera ser poeta para cantar em rima e sons a riqueza de minha infância, as incertezas de minha adolescência, a candura de minha cidade, a saudade dos meus irmãos. Mas, só tenho um coração que dia sim, dia também, faz minh’alma entrever que Guaraçaí, “alcatifada de flores”, é um tapete de lembranças que meu peito teima em não esquecer. Ah! Saudade “dulurida”.....

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