sexta-feira, 17 de julho de 2009

Descoberta ave de rapina em extinção

Brasília (17/07/09) – O biólogo Willian Menq, do Centro Universitário de Maringá (PR), registrou a presença do gavião-pato, uma espécie muito rara no Sul do Brasil. Essa ave está na na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção no Paraná e em diversos estados brasileiros. O pesquisador avistou o pássaro durante os trabalhos de campo que tem feito na Reserva Biológica (Rebio) de Perobas, no noroeste paranaense. Ele estuda as aves de rapina presentes na região. É mais uma das pesquisas da fauna existente na Unidade de Conservação. A ave encontrada vive exclusivamente em florestas e, por estar numa reserva protegida pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), tem chances de sobreviver. “Sua presença está associada à grande oferta de presas potenciais que a unidade apresenta e também pelo habitat ideal. Agora teremos as atenções voltadas a ela para estimar qual o tamanho de sua população na reserva, se é apenas um individuo, um casal, ou mais”, destaca o pesquisador. De acordo com Willian Menq, mais que ser balizadora de futuras pesquisas e do planejamento para manutenção da reserva, essa pesquisa que ele desenvolve é imprescindível por causa da especificidade do local. “Além ser a única floresta de grandes dimensões e isolada, ela acabou se tornando um refúgio da fauna no noroeste paranaense, uma verdadeira 'arca de noé', onde há grande diversidade de espécies.” Ele explica que à medida que forem sendo catalogadas, será mensurada a frequência, a quantidade específica da cada uma delas e se são comuns ou mais raras, como o gavião-pato. “Espero que consigamos registrar outras espécies raras de alto interesse biológico.” A probabilidade de êxito para outras raridades, na opinião de Menq, é muito grande. “A reserva, com as dimensões e diversidades de animais que tem, se torna local perfeito para as aves de rapina”, afirma. Agregando a essas particularidades, segundo ele, as aves de rapina carecem também de informações na literatura devido às baixas densidades populacionais desse grupo. “E ainda faltam biólogos dedicados a esse grupo específico, pois a metodologia de pesquisa com aves de rapina é totalmente diferente das de pesquisa com outros grupos de aves. Por isso, elas acabam ficando subamostradas na maioria das listas avifaunísticas”, completa. Para mudar esse quadro, o pesquisador segue com os estudos na reserva até fevereiro de 2010. Ele vai ao local a cada mês e deve aumentar a frequência de visitas no início do verão. Apesar desse período delimitado, pode haver, diz ele, a prorrogação dos trabalhos de campo conforme a necessidade. É assim que Willian Menq está fazendo o levantamento das aves de rapina ( gaviões, águias, falcões e até corujas) existentes na reserva e no entorno dela. As aves de rapina são predadoras e têm importante destaque na cadeia alimentar da Rebio. Elas podem ser indicadas, informa Menq, como bioindicadoras da qualidade ambiental da reserva, pois a maioria delas é muito sensível a ação do homem. “E possuem papel importantíssimo no controle de populações de animais, garantindo o equilíbrio do ecossistema. Elas controlam espécies consideradas pragas, como roedores e algumas aves nocivas à agricultura,” explica. Por causa dessa importância, o pesquisador vai distribuir, no final dos trabalhos, algumas cartilhas explicativas à comunidade, para deixar clara a necessidade de preservação dessas aves. “Pois muitas, principalmente gaviões, são alvo de fazendeiros que as acusam de atacar crias domésticas, o que raramente acontece. E as corujas, devido às crenças populares e lendas, são vistas como seres de mau agouro. Com isso, acabam sendo perseguidas e mortas”, relata. As pesquisas feitas pelo biólogo Willian Menq, se unem a outras, como a que estuda os médios e grandes mamíferos da reserva e a que observa os morcegos, esta já teve a primeira fase concluída. Todas elas são de incalculável relevância acadêmica e fundamentais para o desenvolvimento do plano de manejo da Rebio de Perobas, que já está em andamento. Para saber mais sobre as pesquisas com aves de rapina acesse http://www.avesderapinabrasil.com/.
(Fonte: Carlos Antonio de Oliveira - ASCOM/ICMBio)

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