Dentro do proposto pelo Programa de Pesquisas desenvolvido pela Reserva Biológica (Rebio) das Perobas, Dr. Henrique Ortêncio Filho, Coordenador do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Paranaense (UNIPAR), campus de Cianorte, desenvolve pesquisa sobre morcegos, coordenando o Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental (GEEMEA).
Repassando informações preliminares, Henrique fala sobre este estudo: “O número de estudos sobre morcegos na região noroeste do Paraná tem aumentado a partir da década de 90, destacando-se os trabalhos desenvolvidos na Estação Ecológica do Caiuá, em remanescentes florestais no município de Fênix, no Parque Municipal do Cinturão Verde de Cianorte e na região de Porto Rico. Para ampliar esse campo, a presente pesquisa teve por objetivo realizar um levantamento das espécies de morcegos existentes na Reserva Biológica das Perobas, Paraná. A pesquisa vem sendo realizada desde maio de 2008, com expedições mensais, com o auxílio de redes de neblina armadas em lugares de maior preferência dos morcegos".
As coletas têm contemplado todo o período noturno, iniciando-se logo após o crepúsculo vespertino e encerrando-se ao amanhecer. As redes são visitadas em intervalos de 15 minutos para evitar estragos pelos animais capturados. Após coleta de informações, os morcegos são libertados. Em dois meses de coleta foram capturados quarenta e dois morcegos pertencentes a seis espécies, seis gêneros e duas famílias. As espécies identificadas e suas proporções foram: Carollia perspicillata (7,1%), Artibeus lituratus (45,0%), Sturnira lilium (21,4 %), Pygoderma bilabiatum (9,5%), Lasiurus blossevillii (4,8%) e Myotis nigricans (11,9%), sendo que as quatro primeiras pertencem à família Phyllostomidae e têm hábito alimentar frugívoro e as últimas pertencem à família Vespertilionidae e alimentam-se de insetos. A riqueza de morcegos da Rebio das Perobas, em dois meses de pesquisa, representou 3,6% das espécies encontradas no Brasil e 10% das espécies registradas para o Estado do Paraná.
“A continuidade da pesquisa, por 12 meses, conforme proposto no projeto, certamente possibilitará um incremento na diversidade do grupo para a área, haja vista a importância do remanescente para a Estado”, destaca o professor Henrique.
Esta é a primeira pesquisa, registrada no Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que acontece na Rebio das Perobas.
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