O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, e o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, participaram na sexta-feira (26), em Fernando de Noronha (PE), da inauguração da sede do Centro Golfinho Rotador, ONG que executa o projeto de proteção desses animais, coordenado pelo Centro Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) e patrocinado pela empresa petrolífera. Durante o evento, que fez parte das comemoração dos 20 anos do projeto, foi lançado o livro “Golfinhos de Noronha”, com informações e imagens feitas ao longo das últimas duas décadas.
O projeto de construção do prédio-sede do Centro Golfinho Rotador levou em conta os conceitos de sustentabilidade e ganhou o Prêmio Procel nacional pela preocupação com o consumo de energia mais consciente. O projeto previu a melhor circulação de ar cruzada, para evitar o uso de condicionadores de ar; aberturas para amenizar a incidência solar; projeto hidrossanitário com reuso das águas pluviais por calhas e cisterna; e projeto elétrico com aquecimento solar das águas dos chuveiros, entre outros. Foram usados materiais certificados e reciclados, cobertura de telha Tetrapak (reciclagem de tubos de pasta de dentes), forro de painel OSB (madeira de reflorestamento) e caixa de descargas econômicas.
PROJETO – Os objetivos do Projeto Golfinho Rotador incluem ações de pesquisa, educação ambiental e envolvimento comunitário em beneficio da conservação desses animais no arquipélago e da biodiversidade marinha. Os pesquisadores somam 32 mil horas de observação e 1.190 mergulhos com os cerca de 10 mil golfinhos existentes em Fernando de Noronha. Também foram realizados atendimentos a 185 mil turistas, mais de 600 oficinas teóricas e práticas de educação ambiental voltadas para estudantes e capacitação de cerca de 1.900 pessoas.
O Projeto Golfinho Rotador é um dos projetos de biodiversidade marinha que estão reunidos no Planejamento Estratégico Integrado, que prevê ações conjuntas em um horizonte de dez anos. O planejamento foi elaborado em 2007 pelas instituições executoras dos projetos – Petrobras e ICMBio. O objetivo é contribuir para oferecer aos projetos uma dimensão estratégica e maior estabilidade, de forma a obter excelência na gestão de cada um. Assim, iniciativas que eram desenvolvidas de forma individualizada atualmente estão contempladas em um planejamento que permite a troca de conhecimentos e a otimização de esforços entre os projetos.
Por conta das ações de preservação desenvolvidas pelo Projeto Golfinho Rotador, a quantidade de rotadores no Arquipélago permanece praticamente a mesma desde 1990, quando foi iniciado o projeto. Na Baía dos Golfinhos, o local de preferência desses cetáceos (entram em 95% dos dias do ano na Baía), eles descansam, comunicam-se, reproduzem e as fêmeas amamentam seus filhotes. O projeto é patrocinado desde 2001 pela Petrobras e conta com a apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnlógico (CNPQ) e as empresas de turismo CVC e Atalaia.
Apesar desse trabalho do Projeto Golfinho Rotador, o turismo náutico tem impactado no deslocamento dos rotadores para uma nova área: a Baía de Santo Antônio, também conhecida como Entre Ilhas. Entre 1991 e 2005, os golfinhos ocupavam a Entre Ilhas em 30% dos dias do ano; enquanto que em 2006 e 2007, essa frequência passou a ser de 50% dos dias do ano. Em 2008 e 2009, esse percentual subiu ainda mais: 90% dos dias. “Esse é um primeiro alerta de que os rotadores podem ir embora de Fernando de Noronha. Se não fosse o Projeto Golfinho Rotador, que protege essa população, os rotadores já teriam saído da Ilha”, diz José Martins, coordenador do projeto pelo ICMBio.
GOLFINHO ROTADOR – A escolha do nome tem relação com o fato de a espécie rodar em torno do próprio eixo quando salta fora d`água. Ele vive em águas oceânicas tropicais no Atlântico, Pacífico e Índico. No mundo, existem cerca de 2 milhões de rotadores. Em Noronha, cerca de 10 mil. No Brasil, eles podem ser encontrados na área que vai do Rio Grande do Sul até o Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Estes golfinhos têm hábitos gregários e dificilmente chegam perto de praias (vivem em alto mar, a mais de 100 metros de profundidade). As exceções são as ilhas em Fernando de Noronha e no Havaí. (Fonte: Ascom/ICMBio - www.icmbio.gov.br)
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