O modelo 190 da Mercedes-Benz foi lançado em 1982, sendo a primeira experiência da fábrica com sedâs com menos de 4 metros, um carro compacto, desenhado por Bruno Sacco e que foi a série precursora da Classe C.
O modelo aqui exposto é uma versão esportiva fabricada em 1989, modelo 1990, com um motor de 2,5 litros de 4 cilindros, com 16 válvulas, aspirado e que desenvolve 204 HP. Tanto este motor, como os 2.3 16V (195 HP) das versões anteriores, possuem o cabeçote projetado pela Cosworth inglesa e é o ponto forte do carro.
Em 1983 a Mercedes-Benz testa o motor 2.3 16, antes do seu lançamento oficial, na pista de Nardo no norte da Itália e quebra diversos recordes mundiais. Foram colocados três carros iguais na pista e durante 8,5 dias dois deles percorreram mais de 50.000 Km a uma velocidade média superior a 247,9 Km/h, parando somente para troca de pneus, abastecimento, troca de óleo e revezamento dos pilotos. O terceiro carro teve uma pane no rotor do distribuidor e o regulamento não permitia a sua troca. A peça foi reparada e o carro concluiu a prova.
Em 1984 a fábrica organizou uma corrida para promover o lançamento deste carro, na inauguração do novo circuito de Nurburgring, com vinte e um modelos 190E 2.3 16 idênticos, e convidou para participar da prova, os mais conceituados pilotos daquela época, dentre eles alguns da Fórmula 1, como Lauda, Prost, Rosberg, Reutemann.
Porém a glória de vencer a prova coube a um novato que estava oficialmente apenas há dois meses no circo da Fórmula 1, seu nome: Ayrton Senna. Como prêmio Senna ganhou uma Mercedes-Benz 190E 2.3 16 na cor preta.
Em 1988 é lançado o motor 2.5 16 que serviu de base para o carro de competições do Grupo A do Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM).
Este carro (fotos) é um destes exemplares, dos quais foram produzidos 5.743 carros. No final da década de 80, ainda com as importações fechadas, entraram oficialmente no Brasil somente três exemplares deste carro com este motor. Vale ressaltar que as versões para o mercado norte-americano dispunham de catalisador e a potência caia para 195 HP.
Atualmente este carro está com 26.000 km originais, com praticamente 99% de peças originais. Saiu de fábrica calçado com o famoso Pirelli P6, os quais foram substituídos devido à idade, por um jogo de Pirelli P6000, buscando manter a originalidade apontada no Datacard do veículo.
O veículo vinha de série com os controles LSD (limited slip differential) e ASD, controles que bloqueiam o diferencial entre 15% e 100%, impedindo a roda de girar em falso, evitando patinadas e maximizando a tração em piso escorregadio, tais como neve e gelo do inverno europeu. A suspensão traseira é auto-nivelante, controlada hidraulicamente, permitindo que a altura relativa ao solo fique sempre a mesma, estando o carro totalmente carregado.
Segundo seu proprietário este carro tem dois defeitos. O mais simples é estar com película nos vidros, algo que ele está pensando seriamente em remover. O mais complexo é o câmbio, pois esta versão está equipada com câmbio automático, opcional à época, porém o câmbio ideal para um carro esportivo como este, é o famoso “dog leg”, com a 1ª para trás, alinhada com a marcha a ré, a 2ª e 3ª marcha também no mesmo alinhamento na grelha, assim como a 4ª e a 5ª marcha, que facilitavam a tocada nos circuitos de alta velocidade do campeonato DTM.
Em 1989 e 1990 foram produzidas duas versões especiais, as quais possuíam diversas alterações aerodinâmicas para poder homologar a carroceria para o DTM, pois o regulamento exigia carros que andassem nas ruas.
Foram produzidas 502 unidades de cada uma que eram respectivamente a 2.5 16 Evolution I (cujo motor era exatamente igual ao da versão fotografada) e a 2.5 16 Evolution II (motor passou a ter 235 HP). Hoje estas versões são verdadeiras relíquias e são conhecidas internacionalmente pelo apelido de EVO I e EVO II.
(Fonte: Fernando A. De Gennaro - http://degennaromotorsmaterias.blogspot.com/2009/03/mercedes-benz-190e-25-16v.html)
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