BELAS IMAGENS – A ideia é usar a fotografia para atrair o leitor para a informação científica
Uma área riquíssima foi escolhida para ser destaque em um livro. Não
se trata de um condomínio fechado com mansões luxuosas e ambiente
artificializado. Ao contrário, o que impera nos 8.716,13 hectares é a
natureza no estágio que sofreu menos interferência humana. Trata-se da
Reserva Biológica das Perobas, localizada entre Tuneiras do Oeste e
Cianorte. O livro, a ser lançado no mês de março, coincidindo com a data
de criação da Reserva, possibilitará ao público conhecer um pouco mais
sobre esse patrimônio. Textos de cunho científico e belas imagens
compõem o material, a ser distribuído gratuitamente. O livro é editado
pelo Instituto Chico Mendes, responsável pela administração do local.
“Desde a criação da Reserva, em março de 2006, foram realizados
vários projetos de pesquisa com universidades da Região. Surgiu a ideia,
por parte de um dos pesquisadores, de editar um livro destinado
principalmente aos moradores de Tuneiras do Oeste e de Cianorte sobre a
biodiversidade da região”, explica o analista ambiental Antonio
Guilherme Cândido da Silva.
Para desenvolver os trabalhos, hoje na fase final de diagramação,
foram convidados cientistas que já estudam o local para elaborarem
capítulos específicos sobre a vegetação, anfíbios, peixes, aves,
mamíferos voadores e terrestres. “Tem bastante informação reunida sobre
as espécies protegidas na Reserva”, antecipa Silva. O histórico,
finalidades e os trabalhos realizados para garantir a proteção e o
gerenciamento da Reserva são outros temas abordados.
CLUBE DA FOTOGRAFIA
Uma parceria importante, que nasceu em 2010 com o Clube de Fotografia
Cianorte, viabilizou o projeto fotográfico realizado todo dentro da
Reserva. “A ideia foi associar o texto de divulgação científica com
muitas imagens para atrair o público e facilitar o entendimento”,
explica o analista.
“Fizemos um convênio com essa intenção de produzir imagens como
atividade prática do Clube e ao mesmo tempo com o objetivo de contribuir
na produção, publicação e divulgação de material científico e
educacional”, explica o presidente do Clube, Anderson Theodoro. O
fotógrafo lembra que a ausência de equipamentos e pessoal dedicado à
produção de imagens fotográficas é uma das carências da Reserva.
Diversas expedições, noturnas e diurnas, foram realizadas em busca
das mais variadas espécies. Onça, anta e queixada “exigiram” a
instalação de armadilhas fotográficas, disparadas com sensores.
Remanescente
A Reserva Biológica das Perobas não tem visitação aberta com fins
turísticos, mas com ênfase a grupos de estudo de escolas e universidades
e pesquisas científicas. “Para abri-la à visitação pública é necessário fazer a desapropriação, indenizando a
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), proprietária de maior
parte da área”, explica Antonio Silva. No começo da década passada a
região foi identificada pela Secretaria de Meio Ambiente e o Ministério
do Meio Ambiente como a maior área de floresta que sobrou no Noroeste e
Norte do Paraná, abrigando diversas espécies que estão ameaçadas de
extinção não apenas no Paraná como no Brasil.
Fonte: Jornal Tribuna de Cianorte
Nenhum comentário:
Postar um comentário