Foi realizado entre os dias 4 e 8 deste mês mais uma etapa na implementação do Projeto Araguaia. Foram realizados os testes essenciais para o planejamento da pesquisa com uma das mais importantes espécies de peixe do Rio Araguaia – o bagre gigante piraíba. Como o implante de rádios em piraíba nunca havia sido realizado, foi necessário ajustar alguns protocolos de pesquisa antes da execução desta fase. Nesta atividade, desenvolvida próximo à foz do rio Cristalino, uma piraíba de 1.80 metros foi capturada, equipada com um radio-transmissor e liberada no local. A partir da implantação dessa tecnologia será possível conhecer os hábitos ecológicos dessa espécie, que é o maior predador do canal do Rio Araguaia.
Ao longo da pesquisa, cinco espécies de predadores e bioindicadores terão prioridades para serem monitoradas: a piraíba, o jacaré-açu, a ariranha, o boto e a onça-pintada. Até o presente, além da piraíba, onças-pintadas, ariranhas e jacaré-açus já ganharam radiotransmissores e vem sendo monitorados pelo projeto e seus parceiros. Em parceria com o Centro RAN/ICMBio, tartarugas da Amazônia estão sendo monitoradas. Também toda a comunidade de peixes do rio fará parte do monitoramento de longo prazo, Para tanto, 20 regiões pré-estabelecidas ao longo de seus 2000 km de rio serão amostradas anualmente.
A pretensão dos idealizadores do Projeto Araguaia é de contribuir para implementação e manutenção de um corredor de biodiversidade entre as nascentes e a represa da hidrelétrica de Tucurui. Segundo o projeto, "monitorar a qualidade ambiental através de espécies da fauna requer a escolha de bons indicadores ecológicos. Para isso, foram escolhidas espécies que somente habitam e se reproduzem em ambientes que somam condições ideais de recursos alimentares e de hábitat. Também levou-se em consideração que cada uma das cinco espécies ocupa nichos ecológicos distintos, dependendo de grandes áreas pra sobreviver e desempenhar a função de regular as populações de suas presas. Todas as cinco espécies ocorrem em grande parte do Corredor Araguaia, o que permitirá sistematizar um plano de monitoramento e conservação para toda sua extensão”.
Ary Soares, Superintendente do IBAMA em Goiás, considera ser de fundamental importância a participação do órgão no projeto e diz que as informações que serão geradas podem contribuir para a melhoria da legislação de proteção, bem como assegurar o manejo sustentável do rio e de outros ambientes.
Esta etapa que contou com o imprescindível apoio da APA Meandros do Rio Araguaia, gestionada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da iniciativa privada, teve a participação de 20 pessoas, entre pesquisadores, técnicos das instituições parceiras e outros apoiadores. (Fonte: Supes/IBAMA-GO - www.ibama.gov.br/go/projetos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário